Até Logo Malta!

 

Até logo Amigos e Família.
Gosto muito de vocês todos.
Sou um cabrão cheio de sorte, o número de pessoas incríveis que conheço e que gosto muito é realmente grande. Que retribua o calor humano que me dão, com muitas histórias para contar.
(A linha no mapa é um esquiço. A aventura fará o resto.)

5º ano feito!

Foi um ano mais rápido de terminar que os outros, disso não há dúvidas.
E se é estranho (mas óptimo) começar as férias de verão a 11 de Dezembro, ainda mais estranho é estar quase uma directa a fazer uma maquete para apresentar durante meia hora e depois pô-la logo no lixo. (Não há razão para a guardar.)
Aqui os professores de Projeto dão 30% da nota com base no percurso do ano lectivo. Os 70% restantes ficam para a avaliação final.
Estes 70% são dividos em quatro partes.
A nota individual de cada um dos três jurados convidados e a nota do Professor de Projeto.
Foi uma avaliação das mais interessantes que já tive.
Estava cheio de medo, mas correu bastante melhor do que esperava.
O júri foi extremamente interessante e mostrou grande perspicácia e curiosidade por eu ser de intercâmbio e ter ideias de uma escola diferente.
Ainda saquei uma nota razoável para quem até ao último segundo esteve com um pequeno, pequenissimo mas ainda aborrecido receio de nem passar!

Entrega Final à Chileno.

E eu que pensava que os faupeiros eram malucos.
Estes Chilenos são doidos.
Muitos deles estão há uma semana a dormir na escola, tomam banho nos chuveiros das casas de banho e durante o dia é todo um conjunto de toalhas de banho a secar ao sol.
Para aliviar o stress, até saco de boxe existe para dar uns socos bem direccionados.

Dois Invernos em Sintonia.

Eis a forma de estar em Sintonia com o Inverno Europeu!
Uma foto antiga do Inverno Sul-Americano!
Foi um belo dia, em que o trio faupeiro decidiu ir a Londres, para na mesma tarde ir a Paris.
Alguém adivinha como? :)

Flea Market Dominical no Parque Florestal.

Estas fotografias já têm um mês e tal, mas representam algo que acontece todos os domingos em Santiago. Um Flea Market gigante com milhares de pessoas a vender coisas.

Achei muito curioso o ar relaxado dos "vendedores", pessoas completamente normais que apenas vão para o parque descansar. Se por acaso alguém quiser comprar algo que compre, caso contrário está tudo bem. Existiam muitas poucas pessoas a comprar, essa é a verdade, mas o tom jovem e colorido decorava bem o parque.

Arroz con Leche.

Não se sabe bem ao certo qual a verdadeira nacionalidade desta música, mas a verdade é que todos os meus amigos chilenos juram-me que a cantaram e dançaram na sua infância. Bem, parece que as mulheres portuguesas são bem vistas pelos homens chilenos, à frente perceberão porquê.
Atentemos ao lirismo:
"Arroz com leite.
Quero-me casar."

Fico mais descansado por sentir que o mítico verso "bate na areia e desmaia, porque se sente feliz" não está só no que conta à intensa intesidade dos versos populares.
Fica a letra:

"Arroz con leche
Me quiero casar
Con una señorita
De PORTUGAL
Que sepa coser,
Que sepa bordar,
Que sepa abrir la puerta
Para jugar.
Con ésta sí,
Con ésta no,
Con esta señorita
Me caso yo."

Qual será a história desta portuguesa no Chile?
Ou será uma música espanhola que foi trazida para aqui?
Na Internet diz que é peruana, mas cheira-me mais à segunda opção...

As ventoinhas escondidas.

O meu quarto tem um armário horizontal bem junto ao tecto que nunca foi aberto.
No primeiro dia de casa, mandámos lá para dentro as duas ventoinhas e nunca mais nos lembrámos delas.
Muita dias com calor intenso passaram nesta casa no último mês e nunca nos lembrámos que as ventoinhas estavam lá!!
Porca miséria! Finalmente me lembrei que elas existiam!
Agora, são as nossas melhores amigas.

Ida a um Barbeiro Chileno.

Antes de uma entrega vou sempre cortar o cabelo.
É ritual.
Estava com medo do que pudesse sair desta aventura mas o resultado até foi satisfatório.
Mal entrei o barbeiro "ofereceu-me" um copo de coca-cola. Fiquei logo com medo que me saisse caríssima esta brincadeira mas o preço final foi como num barbeiro em Portugal.
Debaixo da mesa de corte, notas de todos os países possíveis e imaginários entre a madeira e o vidro de proteção.
Um barbeiro colecionador.
"Estudas arquitectura? Os meus Parabéns."
Para me divertir, invento o jogo de tentar passar por sotaque chileno o máximo de tempo possível.
É difícil.
Perco rapidamente. 
-Nota-se muito que sou estrangeiro?
-Sim.
-Mas notou mal disse a primeira frase?
-Hmm não não..
-Ah, tento fazer este jogo de passar por chileno para aprimorar o espanhol..
-Mas para que queres passar por chileno? Os chilenos são feios e baixos.

Ao fundo a mulher do barbeiro ia lavando o cabelo aos clientes.
Mal posso esperar para que chegue a minha vez.
E quase adormeço ao som da água a correr.

O meu quarto bebé chileno.

Para quem não sabe, a minha última maquete foi bastante criticada aqui na Escola. Não era bem uma maquete "à FAUP" aquilo que os meus professores queriam, e assim tive de perceber melhor a dinâmica deste ensino chileno e fazer uma maquete "à PUC", sem nunca mudar as intenções e vontades arquitectónicas do meu conceito, claro.
Construção e materialidade da madeira muito mais representadas, assim como as mudanças de material nos lambris, etc.
Está assim feita a minha primeira maquete em balsa.
Oito dias até à entrega. Em frente! :)

A despedida da Teresa.

Nunca consegui perceber ao certo se a Teresa foi para mim uma irmã mais velha ou uma irmã mais nova.

Talvez seja por isso que gosto tanto dela! No início não sabia tão bem falar espanhol, nem onde era cada coisa em Santiago,  o que me fazia sentir super esperto. Por outro lado o facto de ser mais velha sempre dá para mandar aquelas dicas de maturidade e sabedoria.

Quando completamente ao acaso aceitámos que ela viesse viver connosco, jamais esperaríamos que o ambiente da casa ficasse tão divertido e numa constante boa onda que nos navegou por dois meses e meio.

Até breve, Bom Mochilão!

Chegamos a Dezembro.

Desde o gelado início de Agosto que choveu duas vezes em Santiago.
Há trinta dias que trinta graus marcam o termómetro diário da cidade.
Pela distância de um milímetro que separa a porta do piso de entrada do chão da minha habitação, uma cartão de Natal com sininhos e louro desenhados desliza pela cerâmica.
Natal com tanto calor?
Sinto-me confuso.
Mas ao menos não sinto frio.