O despertador retiniu com fúria luminosa na mesinha de
cabeceira e o Senhor Retrós enfiou os pés nas chinelas atarantadas. A seguir,
no laboratório da casa de banho, rasgou o peito com um bisturi de metal
fantástico e substituiu o coração pelo despertador. Isto depois de regulá-lo
convenientemente para que, de meia em meia hora com toques estrídulos, lhe
recordasse que existia.
José Gomes Ferreira, O Sabor das Trevas.
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